sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Resenha: No mundo da Luna


Título: No Mundo da Luna
Autora: Carina Rissi
Editora: Verus
Número de Páginas: 476
Ano: 2015

Publicado pela Editora Verus ‘’No mundo da Luna’’ é o mais novo sucesso da escritora best seller Carina Rissi, ela é também autora dos livros ‘’Perdida, um amor que ultrapassa as barreiras do tempo’’, ‘’Encontrada, em busca dos felizes para sempre’’ e ‘’Procura-se um marido’’. Carina é uma escritora que vem conquistando uma legião de fãs em todo o país, seu primeiro romance ’’Perdida’’ vai virar filme, produzido pela Amberg Filmes tem previsão de estreia para o primeiro semestre de 2017.

Em 'No mundo da Luna' a história é narrada em primeira pessoa por Luna Braga, uma jovem de 24 anos que é bem cética e não acredita nem um pouco em magia, recém formada em Jornalismo, ela divide um apartamento com sua melhor amiga Sabrina. Seu maior sonho logo após ter terminado a faculdade era trabalhar com o famoso editor chefe Dante Montini, na verdade era o sonho de todo estudante de jornalismo, trabalhar com ele era uma espécie de sonho coletivo, Luna conseguiu o emprego, mas como recepcionista, e Dante que ela achava que era o cara se mostrou o pior chefe que ela poderia ter, que não consegue lembrar nem do seu próprio nome.

"Existem pessoas que têm sorte e conseguem trabalhar naquilo que gostam. E existem pessoas como eu, que chegaram perto, mas tão perto, que quase tocaram o sonho, só para vê-lo evaporar feito fumaça."

Quando a revista começa a perder para concorrentes e o quadro de jornalistas abaixa, Luna tem a chance de conseguir o emprego que tanto almejava, trabalhar como uma jornalista de verdade, mas o único problema é que a oportunidade oferecida a ela é trabalhar semanalmente na coluna do horóscopo, apesar de não acreditar nem um pouco nessas coisas, ela aceita, sua vida já está uma bagunça, o que poderia piorar?

‘’Ta legal, não era lá grande coisa criar o horóscopo, mas era um começo. O fato de eu não saber, entender ou acreditar em nada referente a astrologia era irrelevante.’’
            
       Sendo descendente de uma família de ciganos ela tenta pedir auxílio a sua avó Cecília, que não concorda em ajuda-la, afinal não se deve brincar com o destino, porque pode ocasionar em consequências muito graves.‘’A magia não pode ser ensinada dessa forma. Os costumes e crenças são sagrados, não os trate com leviandade.’’
        Não dando ouvidos para os conselhos da avó, ela compra um baralho de Tarô, e é ai que Luna se transforma na Cigana Clara, tendo o sangue cigano correndo pelas veias as coisas vão sair fora do controle, de modo que ela irá se meter em muitas confusões, intrigas e perigos, sua vida irá virar completamente de cabeça para baixo.




Há algumas surpresas e reviravoltas na história, você não faz ideia de como a Luna vai sair da confusão que se meteu. No decorrer da trama tem romance, claro, Dante e Luna vão se aproximar e nutrir um sentimento um pelo outro, mas não é só ele que vai mexer com o coração dela, há também um outro personagem, que acredite faz toda diferença no desenrolar da história.

‘’Ele não era o príncipe encantado que eu esperei a vida toda. Definitivamente não era a pessoa certa pra mim. Mas quer saber? Eu não queria a pessoa certa. Não queria alguém que chegasse no momento certo, que fizesse sentido. Não, eu queria a pessoa errada... Queria alguém que de tão diferente de mim, me completasse.’’

Os personagens tem uma personalidade forte e são bem marcantes, eu adorei a vó Cecilia, que é amorosa, engraçada e sempre tinha ótimos conselhos, a Luna também me conquistou, mesmo sendo cabeça dura, é uma personagem divertida e bem doida, o que me garantiu muitas risadas, outra personagem que eu adorei foi sua melhor amiga Sabrina, que é super romântica, se tratando de Dante demorou um pouquinho para eu simpatizar, no começo ele se mostra uma pessoa muito arrogante, o que faz Luna odiar ele também, mas no decorrer do livro ele mostra sua outra face, um cara nerd fofo e gentil. Uma coisa que me agradou muito no livro e não posso deixar de mencionar, foi que conhecemos um pouco da cultura cigana, seus costumes e tradições, achei isso genial.
          
     Em uma história romântica, engraçada e viciante a autora nos mostra o seu talento inabalável. Carina Rissi é uma das minhas escritoras nacionais favoritas, a melhor se tratando do gênero chick lit, além dela ser uma escritora incrível, ela é um doce com seus fãs, tenho ela na minha rede social e ela sempre é atenciosa e muita fofa. O primeiro livro que li dela a anos atrás foi o ‘’Perdida’’ e foi amor a primeira vista, desde então compro todos os seus livros, e por incrível que parece ela sempre surpreende cada vez mais, o que não foi diferente com esse romance, uma leitura rápida, gostosa, que prende do início ao fim que você se vê obrigado a não parar de ler, o livro tem 475 páginas e eu devorei em dois dias, e após veio aquela sensação de quero mais, que é o que acontece cada vez que termino seus livros, Carina escreve tão bem que você quer que suas histórias nunca acabem, quero muito a continuação dessa trama e espero que a escritora de continuidade.
Então se você é fã de um bom chick lit assim como eu, não perca tempo de conhecer os livros dessa autora, garanto que você não irá se arrepender.



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Signos


      Era uma segunda-feira por volta das oito horas da manhã, o sol do horário de verão já radiava em minha janela. Fiz toda a minha rotina matinal, como se tudo estivesse programado dentro de mim. Tomei o meu café da manhã para iniciar mais um dia e, uma mania que herdei dos meus pais é sempre ouvir rádio pela manhã. Sempre neste horário costumam falar sobre o horóscopo e como aparentemente será o seu dia, assim como aqueles horóscopos nas páginas dos jornais e revistas que folheamos.
Não sou a louca da astrologia na qual parece que vive somente no que o seu horóscopo diz, mas há aquelas pessoas que se ouvirem ou lerem que seu signo não deve sair de casa, simplesmente não saem ou que vai acontecer algo seja bom ou ruim, ficam a espera o dia inteiro por isso, E têm previsões que são tão vagas, como “evite gastos exagerados”, “cuidado com os falsos amigos” e "valorize sua família" que, basicamente serve para qualquer pessoa. Muita gente já me disse que acredita no horóscopo por que ele fala “com precisão” sobre a sua personalidade, mas devo afirmar que fico meio intrigada em como acertam algumas coisas. E também há previsões que sinceramente parecem algumas vezes um sinal. Não acredito muito nesta coisa de signos, mas há alguns textos que parecem que foram feitos especificamente para mim. 
Sou leonina, em muitos lugares que leio ou escuto sobre a personalidade do meu signo é que eu sou uma pessoa corajosa e muito amorosa, luta pelo que acredita, ajuda e defende as pessoas que ama. E que Leão é o signo mais dominador do zodíaco, precisando aprender a ser menos teimosa e mandona, pois tem uma tendência de querer controlar tudo e todos, e podem também ser dramáticos e orgulhosos demais. Busca sempre a aprovação e o reconhecimento, pois no fundo, é um pouco insegura. (Sempre elogie uma leonina, entendeu!?)
E confesso que gosto de saber os signos dos meus amigos. Convivo com uma geminiana, muito curiosa e com isso, sempre tenta inovar, mas ás vezes é indecisa. Virginianos que adoram organização; sagitarianos que adoram a liberdade; uma canceriana que se apega muito fácil as pessoas; librianos que são equilibrados; uma taurina super carinhosa que sempre fica na sua, reservada no seu cantinho. Em cada signo, inúmeras personalidades diferentes.
Cada um de nós podemos ter todas essas personalidades, não é necessário algo místico que comprove isso, afinal o ser humano tem essa curiosidade de entender uns aos outros, o interesse de predizer o futuro e conhecer o passado... Só posso dizer uma coisa: Minhas características de leonina as uso a todo momento para me descrever. Afinal, essa sou eu, seja no lado astrológico ou no meu lado pessoal mesmo não levando esse lado dos signos tão á sério...
                                                                                                           

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Resenha: O que há de estranho em mim



Título: O Que Há De Estranho Em Mim
Autor: Gayle Forman
Páginas:  224
Editora: Arqueiro


  "O que há de estranho em mim", escrito por Gayle Forman conhecida pelas obras "Se eu ficar", "Eu estive aqui" e a trilogia "Apenas um dia". Teve seu lançamento no Brasil em janeiro deste ano pela Editora Arqueiro. O livro possui 224 páginas divididas em 28 capítulos narrado em primeira pessoa.
Nesta história conhecemos Brit, uma jovem de 16 anos 'quase' comum. Ela toca em uma banda, tem tatuagens, cabelo colorido e já teve uma vida perfeita, até sua mãe ficar doente e mudar todo o rumo de sua vida. Seu pai acabou se casando novamente e Brit não se dá nada bem com sua madrasta (até a chama de Monstra). Para Brit tudo isso aconteceu rápido demais, até seu pai deixou de ser ele mesmo e ela culpa a madrasta por toda essa mudança de vida.

"A vida real era maravilhosa e, por mais distante que parecesse naquele momento, ainda existia. Eu ainda existia."

O que vai fazer realmente sua vida mudar é quando seu pai inventa uma viagem em família ao Grand Canyon, justo quando a banda de Brit tem uma importante apresentação, ela discute com o pai, mas mesmo não concordando, acaba aceitando ir viajar. No dia da tão esperada viagem, ela nota algo estranho, sua madrasta e seu meio-irmão não irão junto com eles, viajarão mais tarde de avião, enquanto eles seguem de carro. Mas o que Brit não esperava que a "viagem" era uma farsa. Seu pai decide interná-la em uma clínica psiquiátrica/reformatório juvenil chamada Red Rock, com regras rigorosas que promete corrigir comportamentos "errados" como a rebeldia adolescente, o T.D.O (Transtorno Desafiador Opositivo), tendências suicidas, homossexualismo e distúrbios alimentares.


       O pai de Brit acredita que está ajudando a filha, ele tem medo que ela acabe igual sua mãe, deste modo, colocando-a em uma instituição que curaria essa "rebeldia" de Brit e a ajudaria a lidar com seus problemas. Mas a Red Rock está longe de ser uma ajuda. Essa instituição é como se fosse uma prisão, dividido em seis níveis: O nível 1 ela fica em uma solitária, isolada, sem contato com nenhuma das outras internas e do mundo a fora. No Nível 2 pode ter suas roupas, receber apostilas para estudar e fazer refeições fora do quarto. No nível 3 pode receber e enviar cartas. No nível 4 pode receber e fazer telefonemas. No Nível 5 pode receber visitas e finalmente o nível 6 além de ser o nível que mostra que está "curada" e pode-se ir para casa, é o nível que a interna poderá sair do campus para dar algum passeio e liderar grupos de terapias. Mas a cada inflação cometida, acaba rebaixando de nível. 

"Mas à noite, depois que apagavam as luzes e trancavam a porta por fora, eu abria as comportas e chorava até ensopar o travesseiro."

Mas os métodos de terapia nesse lugar é muito duvidoso e chega a ser cruel. Para recuperar de traumas, acreditam que insultar, ameaçar, menosprezar as jovens até que chorem e se sintam mal é a solução, ficando cara a cara com seus fantasmas da vida. Fora que se você dedurar alguma interna que estiver fora das regras, poderá subir de nível como recompensa e conseguir mais rápido a liberdade. Junto com a Terapia Física com longas caminhadas debaixo do sol com apenas uma garrafa de água e uma maçã. Elas também tem que realizar trabalhos em um pátio cheio de blocos de cimento, conhecida como Pedreira. As meninas tinham que carregá-los debaixo do forte sol até que se formasse um muro para depois desfaze-lo (assim sucessivamente) e com direito a idas ao banheiro de 1 em 1 hora. Tem até uma parte que Brit faz xixi ali mesmo no chão, pois não a liberaram ir ao banheiro antes deste horário imposto.
Apesar de todo o sofrimento vivido neste lugar, Brit conhece quatro garotas, a Bebe, Cassie, V. e Martha que se tornam companheiras, criando um clube chamado "Divinamente Fabuloso e Ultra Exclusivo Clube das Malucas Irmãs Insanas" e acabam se unindo contra a opressão e juntas planejam uma forma de se livrar desse lugar sombrio que de vez de ajudá-las, as fazem mais mal, chegando até a pensarem que realmente são 'loucas'.


O que mais me chamou atenção no livro foi por se tratar de temas contemporâneos, adoro esses livros que saem da rotina (romances em geral), apesar que tem um romance no livro, mas não chega a ser aprofundado ou tomando o foco de toda história, mas fiquei torcendo para que Brit e Jed ficassem juntos no final. O livro proporciona uma leitura rápida e fluida, envolvente e intensa, algumas partes tristes e agoniantes e sentimos as emoções de Brit em cada momento. Também há flashbacks de Brit que permitem ao leitor conhecer suas vivências anteriores e entender ainda mais sua vida.

"Naquele momento de maior fraqueza, quando você se encontra abatida. E não consegue enxergar com clareza, achando que não há mais saída. Que não tem mais gás. Antes de ceder à escuridão, se você olhar para trás, vai encontrar a minha mão." 

Gayle Forman criou personagens reais, sobre a abordagem de alguns assuntos e como são vistos em nossa sociedade, como o caso de Cassie que é lésbica e seus pais a internaram no Red Rock com a esperança de ter uma "cura gay". Infelizmente é algo que acontece muito nos dias de hoje a falta de aceitação das pessoas. Além disso, cada personagem tem sua característica própria e chegamos a pensar por que elas estão internadas, pois parecem normais. O fato é que na sociedade que vivemos, qualquer pensamento ou comportamento diferente você é visto como estranho ou louco, como foi o caso dessas meninas, elas não tinham problemas sérios, apenas eram incompreendidas no mundo, afinal, que adolescente nunca se perguntou "O que há de estranho em mim?". Impossível não se identificar em algumas partes. 
A temática desse livro me lembrou muito "Garota Interrompida", na qual fala sobre os limites da loucura e da sanidade humana, o que é considerado normal ou não, porém 'Garota Interrompida' se passa na década de 60 e 'o que há de estranho em mim' nos dias atuais.

"– É que a gente acha que a loucura e a sanidade ficam em lados opostos de um oceano, mas na verdade não passam de duas ilhas vizinhas."

Se você é fã das obras de Gayle Forman, irá adorar essa história, que para mim aumentou a minha admiração por sua escrita, pois mesmo abordando temas sérios, ela deixa leve e de fácil compreensão, além de Gayle sempre foge do comum, se você leu 'Se eu Ficar' entende muito bem a forma que a autora quer que vejamos o mundo, o que não foi diferente no 'O que há de estranho em mim', um livro que vai fazer você refletir e analisar fatos que acontecem em nossos tempos. Uma trama muito bem escrita e estruturada, com cargas dramática, reflexivas e mostrando que a amizade é algo forte mesmo em piores momento da vida. Uma leitura recomendada e que não irá te decepcionar.

                                  "Sempre dance conforme sua própria música."




segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Resenha: Cartas de amor aos mortos


Título: Cartas de amor aos mortos
Autora: Ava Dellaira
Páginas: 344
Editora: Seguinte

Cartas de amor aos mortos é o primeiro livro da autora Ava Dellaira, do gênero romance/drama. Teve seu lançamento em 2014 no Brasil, recebendo ótimas críticas. O livro tem uma temática muito parecida com 'As vantagens de ser invísivel' de Stephen Chbosky. 
Nessa história acompanhamos Laurel, uma adolescente de 14 anos que está entrando ao tão temido Ensino Médio. Porém, Laurel é marcada por uma tragédia que abalou toda sua família. Há alguns meses sua irmã mais velha, May morreu e ela se sente assombrada com isso. May era sua companheira, heroína, mágica (pois quando eram crianças May e Laurel fingiam ser fadas) e Laurel queria ser como a irmã, pois a achava perfeita.
Nada está sendo fácil para Laurel, ela convive com a separação dos pais desde que era criança e carrega uma mágoa muito grande de sua mãe por ter a abandonando. Sua mãe não suportou a dor da morte da filha e decide se mudar para a Califórnia. Deste modo, Laurel passa a morar uma semana com seu pai e outra semana com sua tia Amy, uma religiosa rígida, mas que ama muito sua sobrinha e quer protegê-la. 

"Era um mundo cheio de sentimentos para os quais eu não tinha palavras.”



Para evitar olhares piedosos de seus colegas, decide mudar de colégio onde ninguém a conheça ou saiba sobre sua irmã. Já no primeiro dia de aula, sua professora de inglês propõe aos alunos escrever uma carta para uma pessoa morta, a tarefa que parecia algo simples, acabou se tornando uma forma de desabafo sobre seus problemas, pois sente-se sozinha e não há ninguém com quem conversar e que possa entendê-la, Laurel se sente completamente perdida, não consegue entender por que May a deixou e até se sente meio culpada.
O livro é narrado através dessas cartas, mas com características semelhantes a um diário. Os remetentes de suas cartas são ídolos que já morreram como Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Judy Garland, Jim Morrisson, Heath Ledger, entre outros. A vida desses artistas é intercalada com a de Laurel, ou seja, sempre há alguma relação com algo que está acontecendo em sua vida usando conflitos, por exemplo de Kurt Cobain para contar os seus próprios acontecimentos, vai relacionando suas vidas, as explorando e também tentando entender os motivos de suas mortes. Assim conhecemos um pouco até da vidas desses artistas que já se foram. Achei brilhante essa ideia deixando a narrativa da história diferente de qualquer outro livro.

"Alguns segredos só conseguimos contar aos nossos maiores ídolos"


O livro vai montando uma espécie de quebra-cabeça e assim o leitor consegue entender o que aconteceu com Laurel, com May antes e como foi sua morte, já que isso se torna um mistério desde as primeiras páginas e sobre outros personagens da trama. A personalidade de Laurel foi muito bem desenvolvida pela autora, uma menina frágil, sensível mas que consegue ser forte e corajosa igual como via a irmã, mesmo não acreditando nisso. De menina insegura e confusa ao longo da história, ela vai evoluindo e aprendendo com seus próprios erros. 

"Existem muitas experiências humanas que desafiam os limites da linguagem. É um dos motivos da poesia."

Os personagens secundários também nos mostram emoções fortes, como Sky, um garoto misterioso que vai balançar o coração de Laurel. Hannah e Natalie, duas amigas inseparáveis, lindas, que vão fazer parte da de sua vida a ajudando a superar todos seus medos e tristezas e apresentá-la ao mundo, possuem atitudes rebeldes mas foi a forma que ambas encontraram para encarar os seus problemas. Tristan e Kristen, um casal do último ano do ensino médio, apaixonados um pelo outro, mas a escolha da faculdade mudará o futuro dos dois. A autora soube bem trabalhar as características de cada personagem com seus medos, angústias, felicidades, pensamentos e se aproximando da realidade de uma forma fantástica.

"Um amigo é alguém que dá liberdade total para você ser você mesmo – especialmente para sentir ou não sentir. Qualquer coisa que você sinta naquele momento está bom para ele. É o que amor verdadeiro significa deixar alguém ser ele mesmo."

Algo que me irritou no livro foi apenas a forma como Laurel queria ser como May. Ela não se enxergava o quão maravilhosa era e por idolatrar a irmã, tentava agir como ela, usar suas roupas, pensando o que ela faria ou sentiria em tal ocasião, como se a alma de May estivesse por ali. Sem sombra de dúvidas, Laurel estava presa ao passado e não queria se libertar, a depressão dela chegar a ser agoniante em alguns trechos do livro.

“Todos nós queremos ser alguém, mas temos medo de descobrir que não somos tão bons quanto todo mundo imagina que somos.”


Ava Dellaira também aborda assuntos polêmicos que te chocam e para muitos são considerados tabus, porém o modo que a autora escreve deixa uma leveza, sem ser algo forçado demais e ainda nos faz refletir sobre esses fatos. O jeito poético que a autora escreve nos faz querer devorar o livro, é uma leitura que flui muito rapidamente e você quer logo chegar as últimas páginas. É um livro tocante, reflexivo, personagens reais e sim, meio depressivo pois trata-se de dor e perda de alguém que você ama e com muito sentimentalismo amoroso e amizade.

“Talvez ao contar histórias, por pior que sejam, não deixemos de pertencer a elas. Elas se tornam nossas. E talvez amadurecer signifique que você não precisa ser personagem seguindo um roteiro. É saber que você pode ser a autora.”

Recomendo a leitura para quem gosta de livros que tenham toques de realidade, história intensa e com temas contemporâneos e que no final vai te inspirar. Não vou mentir que é uma história que vai te deixar em algumas partes com raiva de alguns personagens, mas carrega muitas mensagens profundas e ainda mais mostrando que apesar de algo muito terrível tenha acontecido em nossas vidas temos que aprender a viver, recomeçar e não ficar presos ao passado.

Resultado de imagem para desenho de carta
Durante a leitura, eu ficava pensando para quem escreveria essas cartas. Então deixo uma pergunta: Para quem você destinaria essas cartas? Eu escreveria para John Lennon, Cory Monteith, Anne Frank, Cecília Meireles e Lewis Carroll. <3






quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Resenha: A lista de Brett


Título: A lista de Brett
Autora: Lori Nelson Spielman
Páginas: 364
Ano: 2014
Editora: Verus

Publicado pelo Grupo Editorial Record, através do selo Verus Editora, ‘A lista de Brett’ é um romance de gênero chick lit, esse é o primeiro livro da escritora americana Lori Nelson Spielman, que teve os direitos vendidos para dezessete países, atualmente ela já publicou seu segundo livro ‘’Doce perdão’’.

A história é narrada por Brett Bohlinger, uma publicitária de 34 anos, sensível, insegura e cheia de medos que deixou os sonhos de lado para viver uma vida sem preocupações, o que aparentemente era ótimo, uma vida perfeita, com namorado e emprego ela não precisava de mais nada, isso era o que ela pensava até sua mãe perder a batalha contra um câncer e morrer.

Logo no começo da trama nós já nos deparamos com a morte de Elizabeth, uma mãe que sempre foi bondosa, querida e que se importava muito com a filha, entretanto no testamento acontece uma surpresa, todos os seus bens vão para sua nora Catherine, apesar de estar arrasada por perder a mãe, Brett fica furiosa, as duas sempre foram melhores amigas, que contavam tudo uma para outra.

Mas Elizabeth decidiu deixar algo diferente para sua filha, ela só poderá receber sua parte na herança se completar a lista de sonhos que escreveu quando tinha apenas 14 anos de idade com um prazo de um ano, e a cada etapa que for comprida ela irá receber uma carta de sua mãe. Desapontada e sem rumo ela não vê escolha a não ser ir em busca de realizar tais sonhos, o único problema é que ela não sabe como fazer isso, afinal agora ela é uma mulher crescida e seus sonhos e desejos não envolvem mais os de quando era apenas uma adolescente.  

“Você quer realizar aqueles desejos, eu sei que quer, mas tem medos de assumir os riscos.”

Algumas metas de sua lista são:























        Seu namorado Andrew não concorda nem um pouco, pois acha isso tudo uma grande bobagem e perda de tempo, o que complica ainda mais as coisas, justamente por um dos sonhos de Brett envolver ter filhos, ela no início também reluta a correr atrás das suas metas, mas sem escolha acaba o fazendo e compreendendo que sua mãe a conhece muito mais do que ela mesma.

‘’Minha mãe estava certa. Mantive meu verdadeiro eu escondido, abandonei os meus sonhos e me transformei exatamente no tipo de mulher que o Andrew quer que eu seja: não convencional, nada exigente e que não lhe traz nenhum ônus.’’

     Brad o advogado da sua mãe é o encarregado de entregar as cartas a Brett, e essa é uma das partes mais lindas do livro, pois a partir das etapas que ela começa a cumprir, percebemos a cumplicidade, o afeto e amor que existia entre mãe e filha. Nessa jornada em busca dos seus sonhos, ela irá passar por muitas dificuldades, se decepcionar, ficar frustrada, mas também encontrará pessoas incríveis que irão mudar sua vida de uma maneira inacreditável.

     Acho que nunca me identifiquei tanto com uma personagem como aconteceu lendo esse livro, em vários momentos da história senti como se tais conselhos de sua mãe fossem pra mim, acho que muita gente irá se sentir assim, afinal quem nunca deixou de lado sonhos de infância e adolescência simplesmente por medo, insegurança ou até mesmo acomodação. Uma das partes do livro que eu mais me identifiquei foi do sonho da Brett em ser uma professora, mas por sua sensibilidade e insegurança não acredita muita na sua capacidade, as vezes você nasceu para ser uma professora excelente só que de uma maneira diferente.

‘’Continue se obrigando a fazer coisas que lhe dão medo, querida. Assuma os riscos e veja onde aterrisa, pois são eles que fazem a jornada valer a pena."

 Apesar de o livro ter vários prós e eu ter amado tem uma coisa que me incomodou, da metade para o fim, as coisas aconteceram de uma maneira muito rápida e inesperada, mas não deixei de apreciar o livro por conta disso, foi uma leitura super prazerosa, que você não consegue parar de ler, li em 3 dias e tenho vontade de conhecer sua mais nova obra ‘’Doce Perdão’’.

Lori tem uma escrita delicada, gostosa de ler e de fácil compreensão, cheia de frases bonitas e inspiradoras que nos fazem enxergar a vida com um novo olhar. Quanto a capa e diagramação do livro, Verus Editora sempre surpreende, é uma das minhas capas preferidas, delicada, amorosa e cheia de detalhes fofos.
         A lista de Brett é uma boa opção para quem gosta de uma história leve e agradável, é um romance encantador que recomendo tanto para jovens quanto adultos.



  

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Resenha: A menina da neve





Título: A menina da neve
Autora: Eowyn Ivey
Páginas: 352
Ano: 2015
Editora: Novo Conceito


       A Menina da Neve é um livro que envolve drama com um pouco de mistério e fantasia, finalista do Prêmio Pulitzer e escrito por Eowyn Ivey. O livro é inspirado em um conto de fadas russo chamado Snegurochka e outras histórias que contêm essa mesma temática.
       A história se passa em 1920 e conhecemos Mabel e Jack, um casal de quase meia idade que decidem se mudar para o Alasca e recomeçar suas vidas, eles estavam se afastando e têm a esperança de fortalecer seus laços afetivos novamente em um novo lugar, isolados do resto do mundo, de suas famílias com aquele olhar piedoso sobre eles, pois o casal não podiam ter filhos. Mabel há alguns anos, deu á luz a um bebê morto e depois disso nunca mais puderam sonhar em ter uma criança. 

"Na minha idade, vejo que a vida geralmente é mais incrível e terrível do que as histórias nas quais acreditávamos na infância e que talvez não haja nada de mau em encontrar um pouco de mágica entre as árvores"

       A vida no Alasca é dura. Moram em uma cabana simples, enfrentam invernos rigorosos e a escassez de alimento. Como habitantes mais próximos há apenas Esther, George e seus filhos Garret, Michael e Bill e se tornam muito próximos. No dia a dia, Jack costuma cuidar do plantio no campo e Mabel cuida dos serviços domésticos, faz tortas para vender em um hotel na cidade como renda extra e como lazer costuma ler, desenhar de vez em quando e escrever cartas para sua irmã mais velha, Ada. 
Mas a vida monótona e sem graça irá tomar um rumo diferente... Numa noite de nevasca em um momento de descontração, o casal decide criar um boneco de neve, o enfeitando com luvas e um cachecol vermelho feitos por Mabel, e Jack esculpe um rosto de uma menina. Isso os reaproxima e trazendo novamente aquele afeto e companheirismo que estavam perdidos. Na manhã seguinte, eles notam que o boneco está destruído e a luva e cachecol desapareceram. A principio pensaram que fossem um animal selvagem, mas a partir desse dia, começam a ver uma menininha loira, usando as mesmas luvas e cachecol vermelho, correndo entre as árvores junto com uma raposa vermelha. 


       Mabel e Jack tentam por dias se aproximarem da menina e, aos poucos ela começa a se aproximar deles, mostrando confiança e levando pequenos presentes como frutas, animais caçados por ela mesma e revelando seu nome, dito em um tom baixo e suave: Faina.
        Faina é silenciosa, tímida e muito corajosa. Ela é branca como a neve e fria como o gelo, se tornando um mistério e ao mesmo tempo um milagre para Mabel e Jack. A menina vem e vai assim como a nevasca, mas uma coisa eles sabiam, ela era forte e sabia se virar bem. Faína transforma a vida do casal, mostrando que o amor está vivo dentro deles. A menina mexe com a cabeça de Mabel e Jack, eles chegam até a duvidar se aquilo é real e se essa alegria toda irá acabar junto com inverno, afinal aquela criança era tudo o que eles mais desejaram na vida. 

"A menina conhecia a floresta e seus atalhos. Ela encontrava comida e abrigo. Não era só disso que uma criança precisava? Mabel diria que não. Diria que a menina precisava de calor e afeto e de alguém para cuidar dela, mas Jack ficou imaginando se isso tinha ou não mais a ver com os desejos da mulher do que com as necessidades da criança".

       O livro é dividido em três partes, como se fosse uma espécie de 'fases' antes, durante e depois da menina ter entrado na vida do casal. A narrativa é em terceira pessoa, mas vai se alternando através da perspectiva dos personagens, além de serem bem construídos passando todas as emoções, sentimentos e pensamentos, nos permitindo conhecer suas personalidades. Eowyn Ivey usa uma escrita sensível, delicada e rica em detalhes, se tornando algo apaixonante. 
"Era fantástico e impossível, mas Mabel sabia que era real — ela e Jack a tinham feito com neve e galhos e capim congelado. 

"A verdade a impressionou. A criança não apenas era um milagre, como também era criação deles. E ninguém cria vida e a abandona."

      Devo confessar que o livro não flui tão rapidamente por se tratar de uma história mais intensa e que envolve inúmeras emoções dos personagens, a leitura demora para avançar, mas isso não foi o mal do livro e não atrapalhou. O livro oscila muito entre o real e a magia, o desenrolar da trama é algo inesperado, não é nada do que eu imaginei quando li a sinopse, isso me surpreendeu e deixou um aperto no coração no final da história.
A capa é linda e já nos traz a magia que será o livro, a diagramação é simples mas possui ilustrações de uma floresta com nevasca no início de cada capítulo dando um toque encantador.



       Recomendo este livro para quem gosta de muitas emoções, personagens cativantes e finais inesperados. Considero uma boa leitura, além de ser uma história fantástica, a forma que a autora colocou os personagens faz o leitor sentir o que eles sentem e também mexe com a nossa imaginação. Logo aviso, tenha paciência com a leitura, pois a história é devagar igual aos dias frios do Alasca, mas acredite, valerá a pena no final.





quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Resenha: Como eu era antes de você




Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Páginas: 320
Gênero: Romance 

         ‘’Como eu era antes de você’’ publicado pela editora intrínseca é o segundo livro da autora Jojo Moyes, ela publicou seu primeiro romance em 2002 e atualmente já tem 7 livros publicados aqui no Brasil, sendo que no primeiro semestre de 2016 será lançado o ‘’Depois de você’’ que é a continuação deste. O livro fez tanto sucesso que virou filme, estrelado pelos autores Sam Claflin e Emilia Clarke, a previsão de lançamento é para junho deste ano.

Nesta história conhecemos a vida de Lou Clarke e Will Traynor. Lou é uma moça de 26 anos que não tem sonhos e perspectiva nenhuma na vida, ela trabalha em um café e ama seu emprego, por ela passaria a vida toda trabalhando lá, mas a vida tinha outros planos, quando o café fecha Lou se vê obrigada a procurar outro trabalho, o problema é que ela não tem muitas qualificações, pois nunca trabalhou em outro lugar e nem tem uma faculdade, morando com os pais, a irmã, o sobrinho e o avô ela precisa ajudar em casa, nesta busca por um novo emprego ela acaba encontrando apenas algumas oportunidades e uma delas é como cuidadora de um  tetraplégico, o Will Traynor, achando que não poderia ser tão ruim, ela aceita.

Will tem 36 anos e é o oposto de Lou, antes do acidente ele era um homem ativo que aproveitava ao máximo dos prazeres da vida, era um atleta, mergulhador e amante de viagens; sabia realmente como desfrutar sua jornada aqui, quando um acidente de moto lhe tirou tudo isso, Will não via mais motivos para viver e tinha planos para colocar um fim nisso, agora com essa sua nova condição é uma pessoa amargurada, que vive doente e que recebe cuidados frequentes de seu enfermeiro Nathy.

‘’E sabe o que? Ninguém quer ouvir esse tipo de coisa. Ninguém quer ouvir você falar que está com medo, ou com dor, ou apavorado com a possibilidade de morrer por causa de alguma infecção aleatória e estúpida. Ninguém quer ouvir sobre como é saber que você nunca mais fará sexo, nunca mais comerá algo que você mesmo preparou, nunca vai segurar seu próprio filho nos braços. Ninguém quer saber que às vezes me sinto claustrofóbico estando nesta cadeira que tenho vontade de gritar feito louco só de pensar em passar mais um dia assim”.

No momento em que Lou começa a trabalhar como cuidadora, em diversas vezes pensa em desistir, pois ele não é um homem fácil de lidar, rabugento e mal humorado não quer saber de ninguém por perto cuidando dele, Will sempre tratou seus cuidadores com muito desrespeito e ironia, e não é diferente com ela. A vontade dela em desistir do emprego aumenta ainda mais quando ela ouve uma conversa entre a mãe e a irmã do Will sobre os planos que ele tem para colocar um fim em todo seu sofrimento, mas decidida a mudar essa situação ela fica e embarca em uma jornada que mudará a vida de ambos de uma forma inesquecível.

‘’Olhei para fora da janela com as ideias tão confusas quanto as nuvens abaixo de nós, incapaz de pensar que aquilo não era apenas um desafio.’’

Os dois começam a se entender com o tempo e um sentimento muito forte cresce entre eles, e enquanto Lou tenta mudar a maneira como Will enxerga a vida depois do acidente, uma vida sem graça e sem cor, Will também tenta mudar o modo como Lou vive, uma vida monótona, sem ambições, perspectivas ou sonhos, sua vida é basicamente trabalhar, voltar pra casa e vez ou outra ver seu namorado Patrick que não da muita importância a ela.

‘’Você só vive uma vez na vida, é sua obrigação aproveitar a vida da melhor maneira possível.’’ 


A história é narrada em maior parte em primeira pessoa pela personagem Lou, mas em alguns capítulos a narração passa para outros personagens, entre eles a sua irmã, o enfermeiro Nathy, e a mãe e pai de Will.

‘’Precisava dar ao meu filho um lugar para onde olhar. Precisava dizer a ele, silenciosamente, que as coisas poderiam mudar, crescer ou fenecer, mas que a vida continuaria. Que todos nós éramos parte de um grande ciclo, algum tipo de arranjo cuja finalidade só Deus poderia entender’’.  

O livro tem uma narrativa fácil e rápida, o desenrolar da trama me deixou extremamente ansiosa para o desfecho, o que fez eu ler o livro em menos de uma semana, e preciso dizer que é um dos livros mais lindos e que mais me tocaram, a história é de uma sensibilidade incrível, nunca li um livro que foi capaz de mexer tanto com meu emocional.

O tema abordado é bem polêmico e nos faz refletir sobre coisas importantes e que vale muito a pena repensar, retrata bem como é o cotidiano de pessoas cadeirantes, suas dificuldades e o preconceito que eles sofrem, nos faz questionar a vida que levamos também, foi um livro que me passou grandes ensinamentos e me fez olhar para vida com uma nova perspectiva, me marcou de uma forma que eu jamais imaginaria.

Jojo Moyes soube de maneira extraordinária escrever um romance verdadeiro, bonito, comovente e com personagens envolventes que certeza irão marcar a vida de quem ler, esse foi o primeiro livro que li da autora, mas pretendo ler todos os outros. Indico não só para pessoas que gostam de livros de romance/drama, mas para todos, independente do gosto literário, ‘’Como eu era antes de você’’ é um livro que vale muito a pena ser lido.