Hoje é dia de dupla indicação, ou seja meu povo, é duas vezes mais amor, cultura e informação!!! Vamos jogar algumas perguntinhas no ar... Qual a relação entre Garth Davis e Colleen Houck? O que Saroo e Kelsey Hayes podem ter em comum? Você já assistiu "Quem Quer Ser um Milionário?"
Dev Patel em "Quem Quer Ser um Milionário?". |
Adoro fazer "brainstorming", ajuda muito no processo criativo, se você respondeu a alguma das perguntas acima, já deve ter percebido que hoje faremos uma viagem ao segundo país mais populoso do mundo, a Índia. A cultura oriental é muito fascinante, muitas vezes nos causa estranhamento, mas é uma cultura tão rica quanto a nossa, no último Oscar um filme de produção australiana nos trouxe um das histórias mais emocionantes da última temporada de premiações, estou falando de Lion, dirigido por Garth Davis, um épico sobre família, amor, identidade e sofrimento. Assim que saí da sala de cinema, um livro me veio a mente, uma tetralogia na realidade, o "insight" me veio quando uma estátua da deusa Durga aparece no filme, uma cena muito marcante, fazendo com que eu relacionasse as duas obras. "Quem Quer Ser um Milionário?", também protagonizado por Dev Patel, levou a Índia para as principais premiações de cinema do mundo, um filme incrível, se você ainda não viu, super aconselho, desde então o cinema indiano tem crescido de forma espetacular. Lion nos conta uma história diferente, mas mostra a mesma realidade de um país marcado pela desigualdade. Nicole Kidman e Rooney Mara também dão vida a essa história tão singular.
Aos cinco anos de idade, o indiano Saroo se perdeu do irmão numa estação de trem de Calcutá e enfrentou grandes desafios para sobreviver sozinho, até ser adotado por uma família australiana. Incapaz de superar o que aconteceu, aos 25 anos ele decide buscar uma forma de reencontrar sua família biológica. A cantora Sia, #diva, gravou a música "Never Give Up" para o filme, o resultado foi simplesmente maravilhoso.
Colleen Houck, quando escreveu a série "A Saga do Tigre", também nos apresentou o mesmo país, claro, com uma visão mais romanceada, pois o objetivo da obra era mostrar a magia de uma nação tão mítica. Em "A Maldição do Tigre", primeiro livro da saga, Houck nos conta a história de Kelsey Hayes, que perdeu os pais recentemente e precisa arranjar um emprego para custear a faculdade. Contratada por um circo, ela é arrebatada pela principal atração: um lindo tigre branco. Kelsey sente uma forte conexão com o misterioso animal de olhos azuis e, tocada por sua solidão, passa a maior parte do seu tempo livre ao lado dele. O que a jovem órfã ainda não sabe é que seu tigre Ren é na verdade Alagan Dhiren Rajaram, um príncipe indiano que foi amaldiçoado por um mago há mais de 300 anos, e que ela pode ser a única pessoa capaz de ajudá-lo a quebrar esse feitiço. Determinada a devolver a Ren sua humanidade, Kelsey embarca em uma perigosa jornada pela Índia, onde enfrenta forças sombrias, criaturas imortais e mundos místicos, tentando decifrar uma antiga profecia. Ao mesmo tempo, se apaixona perdidamente tanto pelo tigre quanto pelo homem. Então, Kelsey, Ren e Kishan – o irmão de Ren – embarcam em uma emocionante aventura para derrotar Lokesh e devolver a humanidade dos príncipes tigres, com ajuda da deusa Durga.
Durga, a invencível, a caçadora de demônios. |
As duas histórias são formas diferentes de nos apresentar esse país tão vasto, tão diferente e tão colorido, mas tão desigual, o sistema de castas, mesmo proibido por lei, ainda é uma realidade, segregando e marginalizando grande maioria da população. Independente dessas questões, conhecer novas culturas nos torna seres melhores, livres de preconceitos e mais respeitosos, o conhecimento é a melhor arma contra a ignorância!!!
Box da série "A Saga do Tigre". |
As duas obras me emocionaram muito, o sentimento que as move está na busca por identidade, ambos os protagonistas estão perdidos, longe de casa, da família e do amor. Essa busca, que no filme é mais visceral do que no livro, nos emociona e nos faz questionar nosso papel dentro das relações sociais que construímos. A religião está presente nas duas histórias, é algo fundamental para o povo indiano, na saga literária é explorada de forma mais mítica e mitomágica, já no filme, de forma mais crítica.