segunda-feira, 7 de março de 2016

Resenha: O Diário de Anne Frank


Título: O Diário de Anne Frank
Autora: Anne Frank
Páginas: 378
Editora: BestBolso

Em meio ao caos do mundo, em meio á Segunda Guerra Mundial, uma garota judia de apenas 13 anos teve sua vida modificada pela guerra... Para que ela, sua família e outras quatro pessoas não fossem capturados por serem Judeus, eles tiveram que se esconder em um anexo secreto quando os nazistas começaram a invadir a Holanda sob o comando de Hitler. Com isso, Anne passa a registrar em um diário o período em que esteve escondida, todo o seu cotidiano. Escrito entre 12 de junho de 1942 á 1° de agosto de 1944, surgindo assim o Diário de Anne Frank ou Kitty como ela o chamava, era uma forma de sentir mais íntima ao seu diário como se fosse sua melhor amiga. Foi publicado em 1947 por seu pai, Otto H. Frank, se tornando um clássico da literatura mundial.

“Espero poder confiar inteiramente em você, como jamais confiei em alguém até hoje, e espero que você venha a ser um grande apoio e um grande conforto para mim.”

A ideia do diário surgiu quando Anne ouviu no rádio que estavam em busca de provas dos horrores cometidos pelos alemães, assim como testemunhos e a vontade de Anne era contribuir escrevendo tudo com a esperança de que um dia suas palavras pudessem ser imortalizadas quando publicasse um livro, além de expressar todos os seus pensamentos e aliviar o sofrimento de quem está escondida para continuar viva, era a sua única forma de liberdade. Sua linguagem é totalmente jovem/adulto demonstrando sua maturidade, deixando a infância, se tornando independente, com um senso crítico, sempre colocando sua opinião mesmo com os seus 13 anos. 
A vontade de Anne de publicar seu diário era tanto, que por conta disso, releu e começou a reescrevê-lo tirando coisas que ela achava desnecessárias e acrescentando novas anotações. Enquanto ela vive trancada por dois anos dentro do Anexo, sem poder sair ou ao menos olhar para o lado de fora, Anne continua esperançosa e positiva em relação à guerra, e que no final poderá sair dali e seguir sua vida, realizar seus sonhos como toda adolescente gostaria.

"Quando escrevo, consigo afastar todas as preocupações. Minha tristeza desaparece, meu ânimo renasce! Mas - e esta é uma grande questão - será que conseguirei escrever alguma coisa importante, será que me tornarei jornalista ou escritora? Espero, ah, espero muito, porque escrever me permite registrar tudo, todos os meus pensamentos, meus ideais e minhas fantasias."
Manuscrito do diário de Anne Frank

A vida no Anexo não era fácil. Eles conseguiam alimentos, roupas e livros com a ajuda dos amigos da família. Porém, tudo era limitado, pois não sabiam até quando teriam essa ajuda. Não podiam fazer barulho, principalmente antes das 8 da manhã e depois das 8 da noite, para que os vizinhos não desconfiassem, pois neste horário era o fim do expediente no prédio onde estavam escondidos. Sussurravam para não serem ouvidos, se movimentavam o mínimo possível e  mal podiam abrir a janela do sótão.  E ao decorrer da leitura, vamos conhecendo mais sobre os moradores do anexo, a relação de Anne com sua mãe, seu pai e sua irmã mais velha, Margot, as brigas, o seu primeiro amor por Peter Van Dann, o garoto que também dividia o esconderijo e como toda adolescente tinha suas crises e se sentia repreendia. 

"Eles criticam tudo a meu respeito – e quero dizer tudo mesmo: meu comportamento, minha personalidade, meus modos; cada centímetro meu, da cabeça aos pés e dos pés a cabeça."

Tentavam ter uma rotina "normal", mesmo estando confinados, sem saber qual seria o futuro de todos. Depois de dois anos de tanto sofrimento, oficiais nazistas descobrem o esconderijo, capturando os moradores e os conduzindo para campos de concentração. Anne morreu aos 15 anos, de tifo, uma doença contagiosa que havia no campo de concentração. O único sobrevivente foi o seu pai.
Essa não é uma história de ficção, Anne não faz parte de uma história de contos de fadas ou é uma heroína que fará tudo ficar bem no final (embora ela quisesse). Era uma garota normal, com uma personalidade forte, teimosa e sim, um pouco mimada, com sonhos, planos e paixões que foram destruídos pela guerra, amadurecendo muito rápido para sua idade. Ela enfrentou o medo, as angústias, as tristezas tudo trancafiada em um sótão, sem poder ver a luz do sol, seu destino era incerto. Mas, a força dessa menina valeu muito, apesar de todo esse sofrimento, Anne nos passava mensagens de positividade, de amor, em acreditar na bondade humana mesmo com todas as crueldades que estava acontecendo. Anne era uma menina sonhadora, uma menina que, se pudesse, mudaria o mundo. 

"O papel tem mais paciência do que as pessoas.'

Preenchendo folhas e folhas de seu diário, conseguiu colocar simplicidade e amor em suas palavras, nos fazendo refletir, sentir esperanças de um mundo melhor. Conseguimos nos sentir próximos a Anne através de sua escrita, como sua narrativa é feita em diário, dia após dia com detalhes, é muito fácil se sentir próxima á ela, de imaginar o lugar na qual estava, sentir as emoções e se colocar em seu lugar em alguns trechos, é um livro com sentimentos verdadeiros sobre uma garota que vivia sob uma perseguição dos alemães, tudo porque a sua raça era considerada "inferior".

"Quero amigos, não admiradores. Pessoas que me respeitem pelo caráter e pelo que faço, não pelo sorriso encantador. O círculo ao meu redor seria bem menor, mas o que importa, desde que fosse composto por gente sincera?

O Diário de Anne Frank foi o primeiro livro que li tendo como tema a Segunda Guerra Mundial, aos 12 anos e lógico, li mais de uma vez (umas 3 vezes no total) e foi o principal responsável pela minha fascinação por histórias que se passaram neste período. Recomendo como leitura obrigatória, este livro todos devem ler em algum momento de sua vida, é uma forma de aprendizado, apesar de ser um história triste, é uma reflexão sobre o mundo, sobre o que as pessoas são capazes de fazer. Estamos em constantes guerras, em busca de poder entre quem é superior e inferior, violências, mortes...  E conhecer a história de Anne Frank é conhecer um pouco sobre a Segunda Guerra Mundial, esse período que foi cruel e sombrio para muitas pessoas e que mesmo assim, não deixam de nos emocionar com suas histórias. 




5 comentários:

  1. Olá!

    É um história muito comovente. Já vi documentários e li a respeito. Comprei o livro e está na lista de leitura. Parabéns pela resenha!

    www.booksimpressions.blogspot.com.br

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  2. Obrigada! <3
    Esse livro é fantástico... Super recomendo e se você já viu bastante coisas sobre o assunto, então vai gostar do livro! Boa leitura! *-*

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  3. Livro incrível! Pela autenticidade da autora em não querer parecer perfeita, pelo relato de guerra bem construído e por todos os ensinamentos que ele traz.
    Parabéns pela resenha! Separamos alguns dos mesmos trechos, rs.
    Bjsss
    Luana www.umasegundaopiniao.com

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    1. Olá,Luana!
      Esse livro é muito incrível, meu favorito da vida e me marcou muito.
      O livro é inteiramente rico em detalhes e palavras, Anne Frank não escreveu somente um diário e sim, uma obra impecável e que deveria ser leitura obrigatória.

      Obrigada pela visita.
      Beijo, beijos

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  4. nossa que show ,gostei !!!
    Parabens

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